Quarta-feira, 13.07.11

Ebook no ereader ou no tablet?

Quando trabalhei a primeira vez com um iPad e tempos mais tarde com um Galaxy Tab, pensei sinceramente que estávamos muito perto do fim dos ereaders  (bye bye Kindle!). Ontem, bebia um café de manhã no Rossio e passou uma rapariga por mim com um Sonyreader - mais uma estrangeira, pensei eu. Fui para o metro, duas cadeiras depois de mim estava sentado um rapaz, com aparência de ser português, a ler num Kindle - mas que raio, desabafei baixinho.

A verdade é que o mercado das tecnologias nunca é exacto e ontem mesmo, em plena época de euforia em torno dos tablets e smartphones iOS e Android, a Google anunciou o lançamento do seu ereader. Chama-se Story HD e estará à venda já no Domingo, o preço será de apenas 99€ e a grande vantagem será a ligação à internet via wi-fi, em contacto directo com a Googlebooks, que disponibiliza mais de três milhões de obras gratuitamente.

Quererá a Google concorrer com o seu software Android para tablets? Não me parece. Apenas criaram um produto para um público diferente, porque na verdade existe um público diferente, que continuará a comprar ereaders.

publicado por João Gomes de Almeida às 14:49 | link do post | comentar
Quarta-feira, 23.03.11

A publicidade nos órgãos de comunicação social web. Um novo paradigma urge.

 

Vendem-se menos jornais e há cada vez mais gente a consumir informação. A diferença é que o cliente dos jornais actualmente opta por os consumir na internet, muitas vezes fazendo uma selecção das notícias que lhe interessa através das timelines das suas redes sociais. Até aqui tudo bem, não fosse o facto do leitor ter sido habituado a ter acesso gratuito à informação, facto que não acontecia quando havia uma hegemonia das edições impressas.

Não existindo um verdadeiro mercado publicitário na web informativa portuguesa, entrámos num ciclo vicioso: os jornais vendem menos na edição impressa, como tal, são obrigados a ceder informação gratuita na web, a publicidade por si só não cobre este investimento e para mal dos pecados dos publishers, o investimento na webmobile tem que ser cada vez maior, de forma a conseguirem levar a informação aos smartphones e tablets dos seus leitores. Tudo isto, ainda por cima num cenário de crise, torna-se completamente insustentável.

E o que é que os jornais portugueses têm feito para contornar este cenário? Enchem os sites de publicidade mal conseguida, com imensa poluição visual e que provoca entraves à navegação (ver nova publicidade da Gillete no Público on-line), desinvestindo no jornalismo de qualidade, retirando bons profissionais das suas redacções e substituindo-os por estagiários baratos, com pouca experiência e manifestamente mal preparados. Estas más políticas têm afastado os leitores dos seus jornais.

O que podem os jornais fazer para contrariarem este cenário? Inevitavelmente terão que educar os seus leitores  para uma nova realidade, onde o conteúdo jornalístico de qualidade, bem escrito, sério e com recurso a fontes credíveis terá que ser pago pelo leitor, mesmo quando seja disponibilizado na web. Nesta nova realidade, as agências de meios e publicidade também terão que repensar a sua abordagem à publicidade nos websites de jornais, fazendo-o de uma forma mais clean e eficaz, dando primazia à gestão da marca, em detrimento da mera contabilidade de tráfego exportado do site do jornal para o site do seu cliente. Desta forma, os jornais, os leitores, as agências e os anunciantes sairão todos beneficiados. 

publicado por João Gomes de Almeida às 23:48 | link do post | comentar

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