A TV do Norte e o Clube do Norte, a compra do Porto Canal
Nunca percebi o problema dos Spin Doctors, especializados em programação televisiva, para com o Porto Canal. Da mesma forma, nunca compreendi a desconfiança das agências de meios para com este canal do cabo. Mal nasceu, o canal foi rotulado de mau e a malta da comunicação assumiu-o como tal. Mais tarde, vieram as polémicas das audiências e das respectivas medições, que quanto ao método valem apenas a importância que lhes dermos. O canal continuou a parecer mau.
A verdade é que o Porto Canal entrou no mercado do cabo com um budget reduzido e com um projecto ambicioso. Com o passar do tempo melhorou os separadores, investiu em jornalistas e apresentadores, diversificou a grelha e apostou num público-alvo diferente. Mais tarde vieram os directos, as transmissões desportivas e os primeiros programas de comentário e debate político e desportivo. Hoje, este Porto Canal, é bem melhor do que o produto do qual nós - entenda-se comunicadores em geral - fomos habituados a desconfiar.
É precisamente este actual Porto Canal que acabou de despertar o interesse do F.C. do Porto. A pergunta que fica no ar é: o que vai este clube de futebol fazer com o Porto Canal? Se a ideia é torná-lo na nova Benfica TV e acabar com o único canal da região norte, não obrigado. Se por outro lado, a ideia é reforçar a actual programação do canal com mais conteúdo desportivo, obviamente ligado ao clube em causa, parece-me muito bem.
Por fim e em tom de brincadeira, enquanto sportinguista, deixo o apelo ao próximo presidente do Sporting para que adquira a Egoísta e o The New Yorker, dois órgãos de comunicação que se adequam bem ao nosso perfil de adepto.