No filme "Social Network", quando os gémeos Winklevoss propõem ao Zuckerberg o seu novo projecto, falam do critério diferenciador da sua nova rede social: a exclusividade - conseguida através da utilização dos endereços de mail de Harvard. Para todos os efeitos, foi assim que nasceu o Facebook. Seria a rede social da elite universitária. O projecto nasceu, cresceu e tornou-se no monstro que é actualmente. A exclusividade desapareceu e o mercado das redes sociais "exclusivas" voltou a abrir-se.
Lembro-me que quando aderi ao Facebook, mal apareceu em Portugal, um conhecido jornalista partilhou-me este desabafo: "quando o Orkut apareceu também eramos todos uma elite, em breve o Facebook será igual ao HI5". Dito e feito. Hoje o Facebook é a rede mais democrática em Portugal, simplesmente porque é aquela que é mais transversal socialmente. Não existe para partilhar experiências e opiniões, mas serve essencialmente para comunicarmos com amigos, na maioria das vezes com recurso à mais banal das futilidades. Paralelamente, vive uma invasão por parte das marcas, que facilmente criam e gerem páginas e até mesmo perfis (contra a política imposta pelo Facebook) - na sua grande maioria, sem pensarem a gestão das suas redes sociais numa perspectiva de comunicação integrada e sujeita a objectivos e técnicas de utilização específicas.
Se para as marcas, ainda assim, é vital hoje em dia estarem no Facebook, será para que os profissionais também o é? O que acrescenta profissionalmente à vida de um advogado, de um jornalista, de um médico, ou de um gestor estarem nesta rede? Infelizmente, quase nada. Mais depressa relembram e cuscam a vida dos colegas de infância, da namorada da faculdade, ou do vizinho do quarto andar, do que conseguem absorver qualquer informação útil à sua vida profissional, ou gerarem networking necessário para o seu trabalho. É por estes motivos que o LinkedIN e o Twitter se tornam completamente indispensáveis à vida de um bom profissional.
Quanto ao LinkedIN não vou perder muito tempo. É uma rede social bem feita, organizada e vocacionada para a partilha de experiências profissionais. Infelizmente, para a maioria dos utilizadores portugueses, mais não é do que o seu CV em versão url. Não existe interacção, não existe postagem e em muitos casos nem sequer actualização do perfil.
O Twitter é diferente. Por norma é bem frequentado, permite absorver muita informação útil em tempo real, é de fácil interacção entre utilizadores, tem versões mobile muito boas (especialmente para iPhone e Android) e não se perde tempo em futilidades, como galerias fotográficas e jogos onde o nosso objectivo é plantar abóboras virtuais. Mas acima de tudo, é exclusivo. Exclusivo porquê? Simplesmente porque são poucas as pessoas que conseguem manter uma discussão em 140 caracteres.
Hoje o Twitter faz 5 anos e os interessados na sua compra vão continuar a aparecer. Simplesmente porque está vivo e porque é uma rede social que interessa, para pessoas que interessam. Esta é a rede com o verdadeiro critério da exclusividade.