Hmmm, que estranho!
Então não era o Miguel Arcanjo?
O PEC IV foi anunciado por José Sócrates, sem se preocupar com a oposição, com o chefe de estado e mesmo com a opinião dos portugueses. Esta é uma leitura possível, mas altamente falível. O PEC IV foi anunciado por José Sócrates, com o objectivo de irritar a oposição, especialmente Pedro Passos Coelho. Em suma, José Sócrates decidiu ir a eleições e há-de ter os seus motivos para tal.
Não me cabe, no papel de consultor em relações públicas, emitir qualquer tipo de opinião sobre a legitimidade deste ou daquele governo. No entanto, estou convicto de que vamos ter eleições em breve. Neste sentido, quer-me parecer que muitas agências e consultores já andam e polvorosa. Quem irá trabalhar estas contas?
Mais interessante ainda, haverá lugar a um discurso de vitimização por parte do Partido Socialista? O candidato do PS será José Sócrates? Paulo Portas vai utilizar a mesma estratégia das últimas legislativas? José Manuel Coelho irá parar à Assembleia da República? PSD e CDS irão concorrer separados ou em coligação? O Bloco de Esquerda vai descer nas intenções de voto?
As estratégias de comunicação na política não são passíveis de serem feitas com recurso a oráculos e o tipo de discurso a utilizar deve ser medido em função do interlocutor, ou seja, o eleitor. Eleitor este cada vez mais desconfiado dos partidos e dos políticos. Nunca as Relações Públicas foram tão importantes na política, como nas eleições que parece que se advinham.
Estarão os meios de comunicação social preparados para as cobrir com total imparcialidade? Os jornalistas que Sócrates soube irritar irão dar-lhe cobertura? Os comentadores políticos que Miguel Relvas e Passos Coelho souberam posicionar estão preparados para esta batalha? A blogosfera continuará a tender para a direita?
Como diria Brecht, tantas perguntas e tão poucas respostas. Maravilhoso, este mundo da comunicação política.